Secretário de Estado dos EUA descreveu o encontro entre líderes como um “fiasco” e afirmou que o presidente ucraniano não quer a paz.
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deveria se desculpar depois do encontro com o presidente Donald Trump no Salão Oval.
Rubio descreveu a reunião como um “fiasco”, enquanto questionava se o líder ucraniano realmente quer paz na guerra do país com a Rússia.
Em uma entrevista exclusiva com Kaitlan Collins, da CNN, na sexta-feira (28), Rubio pediu a Zelensky que “se desculpasse por transformar essa coisa no fiasco que para ele se tornou”, depois que o encontro com Trump e o vice-presidente JD Vance se transformou em uma discussão.
“Não havia necessidade de ele entrar lá e se tornar antagônico”. “Quando você começa a falar sobre isso agressivamente, e o presidente é um negociador, ele fez acordos a vida inteira, você não vai levar as pessoas à mesa”, disse o secretário.
“E então você começa a perceber que talvez Zelensky não queira um acordo de paz. Ele diz que quer, mas talvez não queira”, acrescentou Rubio.
Os comentários de Rubio ressaltaram o dano feito ao relacionamento entre os dois países, no mesmo final de uma semana onde líderes do Reino Unido e França visitaram Washington para argumentar que os EUA precisam mediar o fim da guerra sem priorizar os interesses de Vladimir Putin sobre os de Zelensky.
O principal diplomata dos EUA falou com a CNN horas após participar da reunião, que acabou sem o acordo de minerais de terras raras da Ucrânia, que aproximaria a guerra de três anos com a Rússia do fim.
Em vez disso, viu Trump e Vance castigaram o líder ucraniano pelo que viram como gratidão insuficiente pelo apoio que os EUA já forneceram à Ucrânia e acusando-o de exagerar sua capacidade de negociar.
Após a reunião, Trump ordenou que Zelensky deixasse a Casa Branca, apesar do desejo da Ucrânia de continuar as negociações, cancelou a entrevista colectiva conjunta programada e colocou o futuro da assistência dos EUA ao esforço de guerra na Ucrânia sem respostas.
Questionado sobre os comentários do senador republicano Lindsey Graham, normalmente apoiador da Ucrânia, após a reunião de que Zelensky deveria considerar renunciar, Rubio respondeu que Trump “não tomou nenhuma posição sobre isso”.
“O que ele disse hoje é: ‘Deixe-o voltar quando estiver pronto para fazer a paz’. Foi o que ele disse”, afirmou Rubio. O secretário acrescentou que a posição de Trump sobre Putin continua sendo “confiar, mas verificar”.
Na noite de sexta-feira, Trump disse que quer “qualquer um que faça a paz” para liderar a Ucrânia e acrescentou que Zelensky “pode ou não ser” capaz de alcançá-la.
Rubio também discordou do tom de Zelensky em relação a Vance durante a reunião.
Depois que o vice-presidente disse que o caminho para a paz e a prosperidade “é, talvez, se envolver na diplomacia”, Zelensky respondeu enumerando uma série de compromissos diplomáticos dos quais Putin participou antes de sua invasão em grande escala da Ucrânia em 2022.
“De que tipo de diplomacia, JD, você está falando?” Zelensky perguntou. Vance, por sua vez, chamou o líder da Ucrânia de “desrespeitoso” por tentar “litigar isso na frente da mídia americana”.
Rubio disse que a reunião “saiu dos trilhos” depois dessa interação.
“Esse enfraquecimento dos esforços para trazer a paz é profundamente frustrante para todos que estiveram envolvidos em comunicações com eles até hoje, e acho que ele deveria se desculpar por desperdiçar nosso tempo com uma reunião que terminaria do jeito que terminou”, disse o secretário.
Rubio disse que Zelensky é bem-vindo de volta à Casa Branca quando estiver “pronto para fazer a paz e levar a paz a sério”.
“Como você vai colocar Vladimir Putin e a Federação Russa em uma mesa para discutir até mesmo a oportunidade, mesmo para explorar se há uma oportunidade para a paz? Você não vai fazer isso chamando-os de nomes”, afirmou o secretário.
Rubio também disse que era prematuro pensar se Trump, Putin e Zelensky eventualmente se encontrariam para negociações de paz.
“Há muito trabalho a ser feito antes de chegarmos a esse ponto. Esta é uma guerra complexa que tem causas por trás dela que remontam vários anos, é muito para navegar. Muito foi investido em ambos os lados”, ponderou.
“Hoje à noite, pessoas morrerão na Ucrânia. Pessoas morrerão neste conflito. Estamos tentando pôr fim a ele. É uma guerra insustentável e sangrenta que tem que acabar. E agora, o único líder no mundo que pode ter uma chance de pôr fim a isso se chama Donald Trump, e precisamos dar a ele a oportunidade de tentar fazer isso”,
