
O Governo talibã no poder no Afeganistão expressou otimismo sobre a possibilidade de progresso na sua relação com os Estados Unidos durante a segunda presidência de Donald Trump, enfatizando a necessidade de “valentia política”.
“Pela primeira vez desde que Donald Trump chegou ao poder, uma delegação dos Estados Unidos de alto nível visitou Cabul e iniciaram-se diversos contactos”, disse este sábado à agência Efe o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Governo afegão, Hafiz Zia Ahmad Takel, após questões sobre as atuais relações com Washington.
O porta-voz acrescentou à agência espanhola esperar que se “consigam avanços positivos” na relação entre as duas partes, “mas para que isso ocorra é necessária valentia política e devem ter-se em conta os interesses de ambas as partes“, acrescentou.
Uma delegação dos Estados Unidos de alto nível visitou Cabul há um mês, pouco depois do regresso à Casa Branca de Donald Trump, o que significou o primeiro encontro direto que se conhece desde que os talibãs chegaram ao poder em agosto de 2021, depois da retirada dos Estados Unidos do país.
“Somos otimistas quanto ao progresso nas relações com os Estados Unidos da América”, declarou.
O porta-voz enfatizou que “isso depende da disposição da parte norte-americana para avançar e tomar medidas práticas”, acrescentando que pela parte afegã “não há nenhum obstáculo que impeça esse progresso”.
Os talibãs instaram constantemente os Estados Unidos a reavaliarem o seu enfoque no Afeganistão, pedindo uma visão realista da situação atual no país.
“Não há nenhuma ameaça à segurança, nem tráfico de drogas, nem uso de território afegão contra outros. Se se vê a realidade no lugar da propaganda, existe uma boa oportunidade para melhorar as relações”, assegurou o porta-voz.
Apesar do seu controlo sobre o Afeganistão, o Governo talibã não conta com o reconhecimento por parte da comunidade internacional.
Essa falta de reconhecimento internacional é um desafio para os esforços dos talibãs de se relacionarem com os Estados Unidos e outras nações no cenário internacional, já que limita as interações diplomáticas e o acesso a ajuda internacional e aos sistemas financeiros.