Era a salvação para uns, era a cereja no topo do bolo para outros. Manchester City e Nottingham Forest cruzavam-se na meia-final da Taça de Inglaterra e discutiam quem é que irá decidir a conquista do troféu em Wembley contra o surpreendente Crystal Palace, que anulou o Aston Villa na outra meia-final.
De um lado, o Manchester City sabia que ganhar a Taça de Inglaterra era a única maneira de dar uma nota positiva a uma temporada onde há muito não lutam pela Premier League, onde caíram da Liga dos Campeões no playoff de acesso aos oitavos de final e onde não foram além da quarta ronda da Taça da Liga. Pep Guardiola, porém, recordava que os citizens perderam com o Nottingham Forest há menos de dois meses.
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“Quando chegarmos a Wembley tudo terá de ser sobre prepararmo-nos da melhor maneira possível e lembrarmo-nos da última vez que jogámos contra eles. Vamos aprender a partir daí, a partir do que eles conseguem fazer, e tentar deixar que os jogadores sintam o tipo de jogo que vamos enfrentar”, explicou o treinador espanhol, que está prestes a terminar a temporada mais pobre desde que chegou a Inglaterra.
Do outro lado, o Nottingham Forest sabia que ganhar a Taça de Inglaterra era coroar uma temporada que já está a superar as expectativas. A equipa de Nuno Espírito Santo está no sexto lugar da Premier League, bem dentro da corrida ao apuramento para a Liga dos Campeões, e conquistar um troféu era confirmar que foi um dos melhores conjuntos da época no futebol inglês. Ainda assim, o treinador português só queria que os jogadores aproveitassem a oportunidade.
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“Teremos a abordagem do costume. Estamos encantados por jogar em Wembley e por defrontar uma equipa tão boa na meia-final. Foi uma aventura longa, stressante, queremos competir e temos de aparecer lá e jogar. Não tenho de os proteger, é impossível proteger um plantel quando existe tanta informação e quando é uma ocasião tão especial para nós. Temos de aproveitar, mas temos de competir — enquanto grupo de jogadores e equipa técnica. Essa é a melhor maneira de aproveitar, quando estamos focados e comprometidos com a competição”, atirou Espírito Santo, que era apenas o primeiro treinador desde o mítico Brian Clough, em 1991, a levar o clube à meia-final da Taça de Inglaterra.
Neste contexto, Guardiola apostava em Jack Grealish, Bernardo e Savinho no apoio a Omar Marmoush, com Rúben Dias e Matheus Nunes a serem ambos titulares no setor mais defensivo. Já Nuno Espírito Santo tinha Chris Wood e Callum Hudson-Odoi no ataque, com Morgan Gibbs-White e Elliott Anderson nas alas e Jota Silva a começar no banco.
O Manchester City abriu o marcador logo nos instantes iniciais, com Rico Lewis a rematar rasteiro mesmo à entrada da grande área e a surpreender Matz Sels (2′). Os citizens foram a vencer pela margem mínima para o intervalo e Nuno Espírito Santo decidiu mexer logo no início da segunda parte, trocando Danilo por Anthony Elanga para tentar oferecer outra criatividade ao setor mais adiantado da equipa.
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O segundo golo do Manchester City, porém, não demorou a aparecer. Marmoush cobrou um canto na direita, Gvardiol saltou mais alto do que todos os outros e cabeceou para aumentar a vantagem (51′). Nuno Espírito Santo continuou a mexer, lançando Sangaré e Awoniyi, e Pep Guardiola colocou Gündoğan para manter o controlo da zona do meio-campo. Até ao fim, mesmo com as entradas de Jota Silva de um lado e de Nico González do outro, já nada mudou.
O Manchester City venceu o Nottingham Forest, carimbou o apuramento para a terceira final da Taça de Inglaterra consecutiva e marcou encontro com o Crystal Palace em Wembley, procurando conquistar o troféu pela oitava vez. No fim, a salvação dos citizens nunca deixou de ser mais forte do que a cereja no topo do bolo da equipa do treinador português.
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