
A audição do militante neonazi Mário Machado pelo Ministério Público (MP) na sequência dos desacatos no 25 de Abril, agendada para esta segunda-feira, foi adiada, ainda sem nova data marcada, adiantou a defesa.
A informação foi confirmada à Lusa pelo advogado de Mário Machado, José Manuel Castro.
Mário Machado foi um dos três detidos pela PSP na sexta-feira, numa concentração de extrema-direita em Lisboa, tendo sido notificado para comparecer voluntariamente nesta segunda-feira pelas 10h00 no Campus de Justiça, perante o MP da instância de pequena criminalidade.
Detidos em concentração de extrema-direita notificados para se apresentarem no MP
O presidente do partido Ergue-te, Rui Fonseca e Castro, o líder do movimento 1143, Mário Machado, e um terceiro manifestante foram detidos na sexta-feira à tarde e libertados à noite, por suspeita da prática dos crimes de, respetivamente, desobediência, ameaça e coação a órgão de comunicação social, e resistência e coação.
Fonte da PSP confirmou entretanto à Lusa que as três audições foram adiadas, no dia em que o país foi afetado por um apagão da rede elétrica e ao longo do qual os tribunais se mantiveram abertos para atos urgentes e com várias diligências adiadas, confirmou o Ministério da Justiça (MJ).
De acordo com o Código de Processo Penal, compete ao MP decidir o seguimento a dar ao caso: arquivar, ordenar a abertura de uma investigação ou, por se tratar de crimes com pena máxima igual ou inferior a cinco anos, mandar os arguidos para julgamento sumário ou propor a suspensão provisória do processo.
A concentração não autorizada de apoiantes de extrema-direita decorreu no Largo de São Domingos, entre o Rossio e o Martim Moniz, no centro de Lisboa, e culminou em confrontos com manifestantes antifascistas.
Segundo o comunicado de sexta-feira, além dos três detidos, a PSP identificou “um suspeito da prática de ofensas à integridade física” e quatro pessoas “por suspeita de envolvimento nos distúrbios”.
“Lamentavelmente, dois polícias ficaram feridos, um com um ferimento no nariz e outro ferido na mão”, detalhou a força de segurança.
Em conferência de imprensa ao final da tarde de sexta-feira, o comandante da 1.ª Divisão Policial do Comando Metropolitano de Lisboa, Iúri Rodrigues, revelou que as autoridades estavam ainda a analisar “as imagens que foram recolhidas pelos órgãos de comunicação social para tentar identificar mais indivíduos que estiveram envolvidos nas agressões”.
Questionado se houve registo de civis feridos, Iúri Rodrigues disse que a PSP tem indicação de “uma pessoa que foi identificada como vítima e que se deslocou à esquadra para apresentar queixa”.