Daniel Chapo e Venâncio Mondlane iniciam processo de diálogo, primeiro encontro foi no domingo à noite

Este “primeiro encontro ocorreu numa das salas do Centro de Conferências Joaquim Chissano, na cidade de Maputo e durou quase duas horas”, confirmou ao Observador Venâncio Mondlane. “Foi um encontro cordial, fluido” e em “que se alcançaram alguns consensos sobre matérias urgentes como o caso da insegurança pública”. O político adiantou ainda que “será formada uma equipe conjunta que dará seguimento aos passos subsequentes”.

Já a Presidência da República informa que a conversa decorre “do esforço contínuo de promover a estabilidade nacional e reforçar o compromisso com a reconciliação e a unidade dos moçambicanos”.

Depois de recordar a assinatura de um acordo com nove partidos, Daniel Chapo frisa que “a resolução da crise pós-eleitoral e o fortalecimento do Estado democrático são metas prioritárias para garantir um país mais justo e inclusivo”. Nesse sentido,”O encontro entre o Presidente da República e Venâncio Mondlane reforça a necessidade de aprofundar a reconciliação e consolidar um ambiente político estável, essencial para o desenvolvimento socioeconómico do país. O diálogo entre as diversas forças políticas e sociais é um passo determinante para restaurar a confiança nas instituições e garantir um futuro harmonioso para todos os moçambicanos”, pode ler-se na nota à imprensa.

“O gesto do Presidente da República de dialogar com Venâncio Mondlane simboliza a vontade de construir pontes e promover um diálogo aberto e construtivo. A disponibilidade para discutir soluções comuns representa ainda um avanço significativo na busca por um Moçambique pacificado, unido e comprometido com o progresso coletivo”, frisa a Presidência no comunicado.

Também Venâncio Mondlane escreve no Facebook que a reunião visou encontrar “uma solução nacional para o grito de socorro da população em relação a situação de insegurança extrema em que o país se encontra”. Pretende-se “iniciar um processo mútuo para responder aos apelos e anseios do Povo Moçambicano”, sublinhou.

Este encontro partiu de “uma iniciativa de cidadãos moçambicanos de elevado crédito que fizeram a intermediação”, diz ao Observador o opositor político que desde outubro lidera uma onda de manifestações que foi paralisando o país e sendo violentamente reprimida — há pelo menos 361 mortes — sob a palavra de ordem Anamalala (com o significado de “isto vai acabar”).

E dá-se num momento em que Venâncio Mondlane está sob termo de identidade e residência fixados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 11 de março, sob a acusação de incitação à violência nas manifestações pós-eleitorais, estando a sua responsável financeira detida e o seu assessor a aguardar audição para que foi convocado pelo Ministério Público.

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Author: Tudonoar

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