
Ataques a Pedro Nuno Santos: 5
Ataques a André Ventura: 2
Ataques a Rui Rocha: 0
Ataques a Mariana Mortágua: 0
Ataques a Paulo Raimundo: 0
Ataques a Rui Tavares: 1
Ataques a Inês Sousa Real: 0
Arrancou para este debate numa qualidade — o de primeiro-ministro em funções — que fez dele, naturalmente, o alvo preferencial de todos os adversários. Mais a mais, dois dos temas centrais da discussão — o caso Spinumviva e o apagão — tornaram o exercício ainda mais apetecível, deixando-o muitas mais vezes na posição defensiva do que exatamente ofensiva.
Ainda assim, Luís Montenegro manteve-se fiel à estratégia que tem usado neste período de campanha e pré-campanha eleitoral, atacando sobretudo Pedro Nuno Santos (o social-democrata voltou acusar o adversário direto de estar a tentar vender a imagem de um moderado que manifestamente não é), sem esquecer André Ventura, aproveitando, no caso do líder do Chega, para fazer duas coisas: acusar o partido à sua direita de ser meramente destrutivo e de se ter aliado ao PS para derrubar o Governo da AD. Ainda assim, e mesmo tendo ensaiado um discreto apelo ao voto útil à direita (“No dia seguinte às eleições não é possível corrigir o voto”), Montenegro evitou responder diretamente ao líder do Chega.
Mas voltando ao ataque particular a Pedro Nuno Santos. Já depois de ter voltado a provocar o adversário como fizera no debate a oito transmitido pela RTP (“Está mesmo nervoso. O verdadeiro Pedro Nuno Santos reapareceu, eu bem disse que era tudo maquilhagem”), o social-democrata desferiu o seu golpe mais duro contra o socialista quando disse que esta crise resulta da incapacidade que o PS manifesta em lidar com a derrota. “O PS convive mal com a derrota. É por isso que estamos a viver esta crise política, o PS não aceitou perder as eleições.” Estava marcado o ponto de Montenegro.
Nota para uma breve troca de argumentos com Rui Tavares, numa altura em que Montenegro estava a ser fortemente pressionado por todos os demais líderes partidários a propósito do apagão e da decisão de não enviar mais cedo a mensagem da Proteção Civil — decisão que o primeiro-ministro assumiu como tendo sido sua na medida em que foi ele que fez a gestão política da crise. Perante o ataque de Rui Tavares, Montenegro chegou mesmo a acusar o porta-voz do Livre de ter o hábito de “deturpar tudo” que é dito. Uma pequena fuga ao guião que tinha definido para este debate.