Pressão sobre Pete Hegseth. Ex-porta-voz do secretário da Defesa de Trump denuncia “caos total” no Pentágono

Vive-se desde há várias semanas um “caos total” no Departamento de Defesa norte-americano, denuncia um ex-porta-voz do Pentágono que se demitiu na semana passada. As críticas vêm aumentar a pressão sobre Pete Hegseth, o secretário da Defesa de Trump, que terá partilhado informações sensíveis sobre os ataques norte-americanos aos houthis no Iémen em (mais) um polémico grupo da aplicação Signal, um chat onde estavam a sua mulher, o seu irmão e o seu advogado pessoal.

Hegseth não estará a garantir estabilidade no Departamento de Defesa e acabará, mais cedo ou mais tarde, por ser substituído por Trump – uma previsão feita por John Ullyot, o ex-porta-voz do Pentágono que denunciou o “caos total” em artigo de opinião publicado no jornal Politico. Em concreto, o autor fala numa sucessão de polémicas, despedimentos e instabilidade no staff.

Foi um mês de caos total no Pentágono“, escreveu Ullyot. “Desde fugas de informação de planos operacionais sensíveis a despedimentos em massa, a disfunção é agora uma grande distração para o Presidente – que merece muito melhor nas suas principais lideranças”, acrescentou o ex-porta-voz, culpando pela instabilidade Pete Hegseth, antigo oficial da guarda nacional e anfitrião de um programa televisivo da Fox News.

Donald Trump ainda não fez qualquer alusão à nova polémica em torno do seu secretário da Defesa, que tem 44 anos. Mas o seu filho, Donald Trump Jr., referiu-se ao artigo de opinião de Ullyot dizendo que o autor está “oficialmente exilado” do movimento político de Trump. “Este tipo não é America First”, escreveu Trump Jr. na rede social X, acrescentando que “há vários anos” ouve dizer que “ele se esforça muito para subverter a agenda” política do pai. “Isso acaba hoje”, deliberou o filho do Presidente dos EUA.

A polémica surge depois de o The New York Times ter noticiado que Hegseth partilhou detalhes de um ataque dos EUA contra rebeldes iemenitas Houthi no mês passado num chat no Signal que ele próprio criou e que incluía a sua mulher, o seu irmão e cerca de uma dúzia de outras pessoas.

A polémica soma-se a outra em que outro membro da administração Trump, Mike Waltz (conselheiro de segurança nacional) terá adicionado inadvertidamente um jornalista a um grupo onde estavam várias pessoas-chave da administração – incluindo o vice-presidente JD Vance e, também, Pete Hegseth.

Secretário da Defesa dos EUA partilhou detalhes de ataques ao Iémen em segundo chat. Grupo incluía mulher e irmão

O secretário da Defesa de Trump usava o seu telemóvel privado em vez do que está associado ao governo norte-americano neste segundo grupo através do qual o seu irmão, Phil, o advogado pessoal, Tim Parlatore, além da sua mulher, tiveram acesso a informações militares secretas. Neste grupo também estavam conselheiros próximos do secretário da Defesa como o chefe de gabinete Joe Kasper, ou dois funcionários que foram despedidos na passada semana sob acusação de terem divulgado informações.

O jornal norte-americano adianta que os dados sobre os ataques de março ao Iémen foram partilhados por Hegseth quase ao mesmo tempo em ambos os grupos de Signal.

O The New York Times indica que um elemento da administração Trump recusou comentar se Pete Hegseth tinha partilhado informação secreta, mas que garantiu que não tinha havido fugas de informação de segurança nacional. Contudo, peritos ouvidos pelo jornal adiantam que caso estes dados tivessem chegado ao inimigo, poriam em risco a vida dos pilotos dos aviões envolvidos nos ataques ao Iémen.

Author: Tudonoar

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